OPERAÇÃO MARESIA

"Combate a facções virou rotina", diz Ministério Público

Ação prendeu sete pessoas e deixou uma morta
Por Bruno Fernandes - Estagiário sob supervisão 05/12/2018 - 09:06

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Estado não pode abaixar a cabeça, defendeu Gaspar - Foto: Bruno Fernandes
Estado não pode abaixar a cabeça, defendeu Gaspar - Foto: Bruno Fernandes

“Virou rotina em Alagoas”, definiu o procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado, Alfredo Gaspar, sobre a operação deflagrada na manhã desta terça-feira, 4, com o objetivo de desarticular uma organização com membros ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que atuava em municípios da região norte de Alagoas e em outros estados do Brasil.

De acordo com o procurador, a operação denominada “Maresia”, que também teve atuação do Grupo Nacional de Combate a Organizações Criminosas (GNCOC), cumpriu, em Alagoas, 15 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital. Os mandados foram cumpridos em São Miguel dos Milagres, Matriz do Camaragibe, Maceió e no município de Bom Conselho (PE).

“Começamos a investigar e acompanhar as facções atuantes em Alagoas em 2008. De lá para cá, realizamos diversas operações deste tipo. Mesmo virando rotina, e tendo um número alto de faccionados no Estado, isso não é nada que não possa ser combatido”, explicou o procurador, Alfredo Gaspar, que também atua como presidente do GNCOC.

Durante a ação, seis pessoas foram presas em Alagoas e uma em Pernambuco. Marcos Torres Izidorio, o Gabirú, resistiu à prisão deflagrando dois disparos contra a equipe policial em São Miguel dos Milagres. Ele foi baleado e morreu no local. 

Foram presos Marcelo Torres Izidorio, o R7; Cristiano Joaquim da Silva, o Deboxado; José Ailton da Silva, conhecido como Bicho Solto; Ivaldo José Lins Costa, o Neguinho, com quem foi apreendida uma pistola 380 com 12 munições; João Pedro Teixeira da Silva, Xaropinho, e Valdir Carvalho Ferreira Júnior, o Canela. 

Os presos foram encaminhados para a Delegacia Regional de Matriz do Camargibe, onde foram autuados pelos crimes. 

Sobre a possibilidade de futuras represálias dessas facções, Alfredo Gaspar defendeu que o estado não pode abaixar a cabeça para criminosos que ousarem enfrentá-lo. O estado irá responder com uma força maior.

“Queimou ônibus? Vamos prender e enfrentar os criminosos que fazem isso, vamos colocar esses criminosos na cadeia de forma imediata. Hoje temos o mapeamento muito preciso de onde estão atuando esses sujeitos”, finalizou.

Brasil

Em todo o País, dezenas de promotores de justiça, com a ajuda de forças policiais, cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão em 14 Estados e no Distrito Federal.

As operações aconteceram, simultaneamente, nos Estados do Acre, Alagoas, Espírito Santo, Paraíba, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e no DF. O Ministério Público nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul também realizam diligências e prisões.

O objetivo principal dessa atividade integrada é prender integrantes das facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV), Terceiro Comando Puro (TCP), Amigo dos Amigos (ADA), Primeiro Comando de Vitória (PCV) e Okaida RB.

Ao todo, foram expedidos 262 mandados de prisão e 200 de busca e apreensão. 


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